Sempre acreditei que a prática esportiva deveria ser inserida na vida como uma rotina normal. Dia após dia, acaba-se tornando uma atividade tão natural quanto escovar os dentes. Ou seja, algo que se faça sem discutir, pois se sabe que precisa ser feito. Aliás, é indiscutível a importância que o esporte tem para o exercício de disciplina, regularidade, superação, resiliência, persistência, planejamento e foco. Essas são características que sempre fizeram parte da minha vida, que aprendi e reforcei ao praticar esportes, especialmente o triatlhon.
Encarar a vida com muita intensidade, com a “genética da disciplina”, e até uma pitada de sorte, me possibilitou grandes conquistas no meio esportivo, como o recorde do amador feminino no Ironman Brasil, em 2011, quando completei a prova em 9h43”.
No início dos anos 2000, eu dividia a minha rotina entre o trabalho no mercado financeiro, a faculdade e o esporte – sempre arrumei uma brecha para dar uma corridinha, nem que fossem 30 minutos após a faculdade, às 23h. Com esta rotina, muitas vezes vista como insana, fui capaz de entender, na prática, o significado da famosa metáfora sobre plantar e colher. Quanto mais eu treinava, mais eu melhorava. E assim, eu evoluía. Esta lição eu levo também para os negócios, sob o nome de meritocracia. Não coincidência, era o que ouvia do meu avô: “per aspera ad astra” (são ásperos os caminhos até as estrelas).
A meritocracia é algo que enxergo muito claramente nos dois mundos: esporte e negócios. O esporte é justo, ou seja, seu resultado é diretamente proporcional ao quanto você treina. No mundo corporativo não é diferente. Quanto mais esforço e preparo, mais conquistas.
Nos dois ambientes imperam características determinantes para o sucesso, como saber lidar com variáveis controláveis e incontroláveis; com perdas e ganhos; com planejamento, metas e resultados. Tem muita transpiração envolvida nos dois universos. É trabalhar, trabalhar, trabalhar. Treinar, treinar, treinar. Como escovar os dentes. Fazer o que tem que ser feito, sempre. Um degrau por dia, todos os dias.
Quem pratica esportes com regularidade aprende a lidar com as adversidades, todos os dias, encarando em todas as esferas da vida que perder ou ganhar é tão importante quanto não se conformar. Dar sempre o seu melhor é o legado que empreendedores e atletas fora de série querem realmente deixar para o mundo.
Não é por acaso que temos inúmeros exemplos de grandes executivos que são referência também como atletas, como o tenista Jorge Paulo Lehmann (3G Capital), o campeão de iatismo Larry Ellison (Oracle), o maratonista e atleta olímpico Marcelo Apovian (Signium), o alpinista e triatleta Luiz Renato Topan (procurador de justiça), entre muitos outros.
No esporte, nos negócios e na vida costumo usar como mantra diário a parábola do leão e da gazela, que resumidamente diz que não importa se você é um leão ou uma gazela; quando o sol nascer, é melhor começar a correr.
Correr, correr e correr!
fonte: https://www.linkedin.com/pulse/uma-analogia-entre-o-esporte-e-mundo-corporativo-ana-oliva/